A polícia militar teve que proteger uma menina de dez anos de protestos religiosos furiosos que tentavam impedi-la de fazer um aborto em um hospital no Brasil.
As informações privadas e o paradeiro da menina teriam vazado pela internet depois que ela procurou um aborto no estado do Espírito Santo.
A criança, de São Mateus, teria sido estuprada pelo tio.
Menina foi estuprada por 4 anos
Segundo o jornal de circulação nacional G1, a menina descobriu que estava grávida depois de se apresentar ao hospital com queixa de dores abdominais.
Ela disse aos médicos que seu tio a estuprava desde os seis anos de idade e ela nunca o denunciou porque ele teria a ameaçado, segundo o G1.
Seu tio, um homem de 33 anos não identificado, foi preso e indiciado por estupro, mas está foragido, segundo relatos da mídia brasileira.
A menina foi forçada a viajar para um hospital a mais de 1.400 quilômetros de sua casa depois que suas próprias instalações locais se recusaram a tratá-la, em meio a uma batalha judicial altamente politizada que causou indignação generalizada no Brasil.
Manifestantes religiosos de extrema direita convergiram para o hospital quando a garota estava prestes a abortar no domingo.
Manifestantes tentaram invadir o hospital
Eles foram filmados manifestando contra funcionários do hospital e no táxi em que a criança estava escondida quando tentavam entrar.
Alguns manifestantes até mesmo tentaram invadir o hospital em Pernambuco para tentar impedir que o procedimento fosse realizado.
Segundo o G1, os manifestantes foram atraídos para o hospital depois que a ativista anti-aborto Sara Giromini postou o nome da menina e a localização do hospital em um vídeo nas redes sociais.
De acordo com o The Guardian, o vídeo excluído mostra Giromini falsamente alegando que a menina foi sequestrada e levada para a execução em um jato particular, e segura uma boneca de plástico que ela afirma ser do tamanho de um feto, enquanto ela diz: “Este é um violação extremamente grave dos direitos humanos!”
Ativistas pró-escolha foram ao hospital no domingo para defender a menina e garantir sua passagem segura em meio aos protestos barulhentos.
Paula Viana, que acompanhou a criança do aeroporto de Recife ao hospital, disse ao The Guardian que parou o táxi no caminho do aeroporto, escondeu a menina e a introduziu clandestinamente no hospital por uma entrada lateral enquanto manifestantes protestavam do lado de fora.
“É inacreditável que isso esteja acontecendo no Brasil, que parte da população realmente acredite que o aborto é pior do que o estupro”, disse Viana, que trabalha com o grupo de direitos das mulheres Curumim.
“Mas não ficamos surpresos porque sabemos que temos um presidente que apoia essas demonstrações de ódio.”
Os manifestantes teriam tentado impedir o diretor do hospital de entrar no prédio e tentado arrombar o interior, até que a Polícia Militar foi chamada para vigiar a unidade.
Menina passa bem
A Sra. Viana acrescentou que a jovem estava desesperada para voltar a jogar futebol. “Ela é muito forte – mas é apenas uma criança. Ela precisará de apoio psicológico de longo prazo. Ela entende tudo o que ela está passando. ”
Em uma nota, o Facebook disse que “o vídeo em questão foi removido por violar nossas políticas ao promover danos potenciais às pessoas no mundo offline de uma maneira coordenada”.
Segundo a direção do hospital, a menina está se recuperando bem após passar pelo procedimento.
A Secretaria de Saúde de Pernambuco afirmou que o procedimento foi feito com autorização judicial e que “todos os parâmetros legais estão sendo rigorosamente cumpridos”.
A Promotoria da Infância e da Juventude de São Mateus investiga se grupos religiosos tentaram pressionar a família da menina a não realizar o aborto, enquanto as autoridades analisam os clipes de áudio enviados a eles.
Traduzido e adaptado por equipe Ktudo
Fonte:Lad Bible